Papanicolau
Prefeitura vai à Justiça para obter amostras citopatológicas
Município quer refazer 2,1 mil testes do antigo laboratório que prestava o serviço de papanicolau; empresa quer aguardar o resultados do IGP
Gabriel Huth -
O imbróglio envolvendo a prefeitura de Pelotas e o laboratório SEG - Serviços Especializados de Ginecologia ganhou um novo capítulo. Na tarde desta quinta-feira (16), a administração pública entrou na Justiça contra a empresa para ter acesso às lâminas dos exames citopatológicos. O município quer refazer 2.100 testes realizados entre 2014 e 2017.
A requisição pelas amostras foi feita a partir da consulta da prefeitura ao médico Cesar Victora, epidemiologista coordenador do Centro Internacional de Equidade em Saúde da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Por meio de sua assessoria de comunicação, o executivo disse à reportagem que tem a intenção de demonstrar imparcialidade e interesse no caso. As amostras seriam analisadas pelo Hospital de Clínicas de Porto Alegre, cuja estrutura é similar às orientadas pelo médico como necessárias para obter uma contraprova com precisão. O aconselhamento também se deu quanto ao número e às datas das análises a passarem pela nova verificação.
A minuta do contrato já estava, inclusive, pronta, aguardando a liberação das amostras para ser assinado. No entanto, o SEG recusou-se a fornecê-las. "Queremos a verdade. Não estamos acusando ninguém, mas precisamos ter essas respostas e garantir a segurança das milhares de mulheres usuárias do SUS na cidade", afirmou a prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) em nota publicada no site do Executivo.
Na última segunda-feira, o mandado de segurança requerido pelo laboratório foi negado. A advogada da empresa, Cristiane Fonseca, disse ver a prefeitura como parte investigada no caso e, por isso, não possuiria isenção para fazer novas análises. Ela pretendia ainda ainda nesta quinta entrar com novo pedido. "Estamos convictos de que não vamos entregar essas lâminas, a não ser com mandado de uma esfera superior", garantiu.
O argumento da advogada é de que as 17 mil amostras recolhidas pelo Ministério Público no último dia 20 de julho, e posteriormente enviadas ao Instituto Geral de Perícias (IGP) para nova análise, são o suficiente para chegar a uma conclusão idônea, vendo a atitude da prefeitura como uma tentativa de desvencilhar-se de acusações. Os exames deverão passar em breve por perícia do IGP. Essas 17 mil amostras são do período entre janeiro de 2017 e julho de 2018.
O SEG realizava as análises de coletas de pré-câncer para a prefeitura desde 20 de agosto de 2000. O laboratório fazia, em média, 1,5 mil análises por mês para Pelotas e municípios da região que tinham a cidade como referência. As acusações dão conta de que tais análises eram feitas por amostragem e não por verificação individual.
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